segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

tirem as crianças da sala

“Colecionar histórias de horror sobre os delitos jornalísticos é fácil, mas avançar na direção de uma cura racional para os problemas da profissão é muito mais difícil”

por Philip Meyer, em: A ética no jornalismo: um guia para estudantes, profissionais e leitores. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.

Caríssimos, salvem!

Estas duas imagens que aparecem abaixo são um release divulgado pela assessoria de imprensa do Wal-Mart sobre a inauguração de um supermercado em São Paulo.

O documento informa, logo no primeiro parágrafo, que a nova loja irá funcionar no bairro de Indianápolis, e ao longo de todo o texto são feitas várias referências à localização (nome da avenida, dados sobre o bairro, potencial da região etc).





Entre as diversas matérias que foram originadas desse release na imprensa, uma, especialíssima, destaca-se.

Além de copiar todos os trechos do press-release e publicar exatamente um fac simile do original, o jornalista/editor 'responsável' pelo texto, certamente por não ter sequer lido o conteúdo do que publicaria, ainda trocou as bolas e tascou, lá no título, que a referida loja seria inaugurada no Recife. E não em São Paulo, como o indicado no material divulgado pelo Wal-Mart.

A 'matéria' foi manchete da Gazeta Mercantil, seção NE (Gazeta do Brasil), no dia 26 de agosto de 2004. Sequer uma palavra foi modificada do texto original. A errata saiu, no dia seguinte, naturalmente pequena e sem destaque.



Decidi não mostrar o nome do repórter por um motivo simples: meu objetivo é analisar exemplos de jornalismo sem compromisso com a ética e a apuração, não execrar publicamente quem comete os desatinos.

Quem se interessar em ler a matéria na versão original (o arquivo era muito pesado para o blog), é só entrar em contato comigo (adriana.santana@superig.com.br)

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