As senhoras e senhores decerto irão concordar que a releasemania não é de todo nova, como atesta o livro homônimo de Gérson Moreira Lima.
Ainda no início dos anos '80, à sombra do regime militar, o autor questionava se o excesso do uso do release nos jornais seria reflexo da dificuldade do acesso dos jornalistas brasileiros às fontes, ou se o inverso, ou seja, se a ‘avalanche’ dos releases não seria um fator diretamente "responsável pelo fechamento das fontes de informação".
O sociólogo francês Erik Neveu (em "Sociologia do Jornalismo") também lembra que, na longínqua década de '20 do século passado, boa leva das notícias publicadas nos jornais norte-americanos provinha de assessorias de imprensa.
Posso estar com saudades do futuro, mas no meu entender esse processo de uso e abuso de releases vem de longe, é certo, mas está vivendo o ápice é nos dias de hoje.
A quantidade de exemplos de releases publicados na íntegra, assinados até, é um forte indicador. Alguns colegas me escreveram para relatar casos parecidos - alguns beiram o surreal pela cafajestada e preguiça.
Agora, permitam-me um teaser. Amanhã, posto aqui um caso de publicação de release sui generis: rendeu manchete de caderno, continha um erro absurdo de informação e, naturalmente, a assinatura do repórter (?) brilhava no alto da página. Não percam!
Um comentário:
E falta muito pra chegar amanhã? ;)
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