sexta-feira, 28 de março de 2008

Aos jornalistas não-cordiais

Projeto Marcas da Violência, uma das frentes do PEbodycount
(atualizado em 31 de março de 2008, segunda-feira)

Quando se está entrando no universo acadêmico, a exigência (por vezes, quase paranóica) pelo reconhecimento dos pares, publicação de artigos em revistas científicas, participação em congressos e coisas do gênero, assemelha-se - com muita licença poética e exagero da minha parte - às provações do paciente Jó. E comigo não é diferente, claro. Mas confesso aos meus igualmente pacientes leitores que, apesar de não me furtar a cumprir todo esse ritual de iniciação, satisfação verdadeira eu só alcanço quando esse reconhecimento parte do 'lado de fora'. Afinal, o grande propósito do que se produz nas universidades não é, no final das contas, mobilizar a vida 'real', por assim dizer?

Pois foi o que me aconteceu hoje. Grata surpresa do mundo lá fora. Numa participação do projeto PEbodycount no II Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o editor Carlos Eduardo Santos, um dos coordenadores da iniciativa, citou o meu trabalho sobre a cordialização no jornalismo para, ao final, se auto-intitular, juntamente com seus colegas bodycounters, como jornalista não-cordial.

Não entendo patavinas de futebol, mas a sensação foi de gol marcado aos 45' do segundo tempo, definindo um título mundial. Obrigada, caríssimos. Nem tanto pela lembrança, mas bem mais por vocês porem em prática um jornalismo que não se furta ao desconforto da rua, ao confronto, e ao respeito pela dignidade dos que vivem e morrem vergonhosamente invisíveis.
Para saber mais, é só acessar este post do PE Body Count.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eita que tu tás é contente, né não? Eu também, fiquei contente que só por ti. QUE SÓ, viu?

;)

Anônimo disse...

Adriana,
Que pena q o jornalismo diário perdeu vc para a academia e que felicidade que vc mantém seu brilho intacto nesse outro ramo da produção intelectual. O seu gol com o termo jornalismo cordial ainda vai decidir muitas partidas. Abraço do não-cordial, Eduardo Machado.

Anônimo disse...

beijos aos dois.